Onboarding no Food Service: Acolher em 15 Minutos para Reter Talentos
A primeira impressão não é só do cliente
No mundo food service, tudo precisa ser rápido, inclusive a contratação. Mas, nesse ritmo acelerado, o primeiro dia de um novo colaborador costuma ser negligenciado ou atropelado pela correria da operação. Resultado? Desconexão, insegurança e uma rotatividade que poderia ser evitada com uma simples mudança de atitude: acolher.
O onboarding (termo usado para o processo de recepção e integração de novos membros) ainda é visto por muitos empresários do setor como algo distante da realidade. Mas a verdade é que acolher bem não exige tempo longo, e sim intenção clara. Mesmo com 15 minutos bem conduzidos, é possível gerar pertencimento, engajamento e alinhamento com a cultura da casa. Abaixo, seguem algumas dicas para ter sucesso e longevidade na retenção de talentos:
1. Primeiros minutos, primeiros vínculos
O novo colaborador chega em silêncio, observa tudo com atenção e, em poucos minutos, decide se aquele ambiente é apenas um bico ou um lugar onde vale a pena permanecer. A recepção feita pela liderança ou por alguém de referência da equipe pode mudar completamente esse julgamento inicial. Apresentar o espaço, explicar o funcionamento básico, comunicar os valores da empresa e, principalmente, deixar claro o que se espera do novo integrante cria um ambiente de segurança emocional. Não é sobre formalidade, é sobre humanidade: ser visto, ouvido e orientado no primeiro dia é um sinal de respeito.
2. Onboarding express com impacto profundo
Um processo de integração eficiente no food service pode acontecer com três etapas simples, conduzidas em menos de 15 minutos:
•Boas-vindas com propósito: uma breve fala sobre o porquê do negócio existir, o que o torna especial e o impacto de cada função no resultado final.
•Tour funcional: mostrar a estrutura, indicar onde estão os recursos básicos (uniforme, ponto, banheiro, quadro de avisos) e os responsáveis por áreas específicas.
•Rotina clara e regras essenciais: informar o horário, as principais tarefas, com quem se comunicar em caso de dúvidas e os comportamentos esperados — sempre com clareza e firmeza respeitosa, preferencialmente com a Descrição de Cargos em mãos.
Esses três passos, quando feitos com consistência, formam o início de um relacionamento profissional saudável. Segundo o Great Place to Work Brasil, empresas com processos claros de integração têm 50% mais chances de manter seus talentos por mais de seis meses.
3. Cultura se planta no primeiro turno
O que se repete nos primeiros dias vira cultura. Por isso, deixar o novo colaborador “se virar” sozinho ou aprender apenas observando os outros abre espaço para a reprodução de erros, vícios de comportamento e desalinhamento de postura.
Quando o onboarding é bem feito, ele se torna um espelho da cultura da casa: organização, cuidado, respeito e agilidade. Além disso, um novo integrante bem acolhido costuma replicar esse comportamento com os próximos, criando um ciclo de integração humanizada. Em um setor onde o tempo é curto, mas o impacto das pessoas é enorme, isso faz toda a diferença.
Onboarding é investimento, não interrupção A operação não para, mas também não evolui sozinha. Reservar 15 minutos no início da jornada de cada novo colaborador pode significar dias, semanas ou até meses de permanência a mais.
Acolher é o primeiro ato de formação. E formar pessoas que ficam é o segredo de empresas que prosperam.
Quem entende de gente sabe que cultura não se explica, se vive desde o primeiro turno. Quem não acolhe no primeiro turno, perde no primeiro mês.
Este conteúdo foi produzido por Mari Fernandes, colunista convidada do Mundo Food Service. A autora responde integralmente pela apuração, redação e curadoria das informações aqui apresentadas.
Psicóloga CRP 03/8519, Headhunter, Master Coach e empresária. Possui mais de 15 anos de experiência com gestão de Recursos Humanos em empresas nacionais e multinacionais, como Walmart e Cencosud. Master Coach pela Sociedade Brasileira de Coaching, possui MBA em Coaching e Gestão de Pessoas pela FAPPES (SP) e Coaching Ontológico pela Fractal Escuela Ontologica de Desarrollo Humano (Santiago/ Chile).
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Referências e recomendações:
•Great Place to Work Brasil – Relatório “Tendências em Employee Experience”
•Case Outback Brasil – Treinamento de integração rápido com foco em cultura e protagonismo
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