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Eataly Brasil deixará de operar como mercado italiano e adotará novo conceito multicultural

A unidade brasileira do Eataly, tradicional mercado e centro gastronômico italiano localizado na Avenida Juscelino Kubitschek, em São Paulo, passará por uma transformação significativa. O espaço deixará de operar sob a marca Eataly e ganhará um novo nome e conceito, permitindo a entrada de restaurantes e produtos de diversas nacionalidades. A mudança faz parte de uma estratégia de reestruturação após dificuldades financeiras e a perda do direito de uso da marca original.

A operação, que ainda está em funcionamento, pertence a um grupo empresarial que entrou em recuperação judicial no final de 2024, com uma dívida de cerca de R$ 50 milhões. Desde então, ajustes vêm sendo feitos para manter o funcionamento do espaço. Um dos principais entraves enfrentados foi a perda da marca Eataly no Brasil, após uma disputa com o grupo italiano, que resultou na retirada de todas as referências ao nome.

A mudança busca atrair novos parceiros e clientes, diante da saída de marcas tradicionais como a Cristallo, que deixou o local em fevereiro, agravando a sensação de “limbo” na operação. O novo conceito prevê manter a estrutura com o mercado central e restaurantes no entorno, além da escola de gastronomia. No entanto, agora a empresa terá liberdade para incluir cozinhas de outras nacionalidades e produtos mais acessíveis.

A flexibilização vem também com o fim de antigas exigências do contrato com o grupo italiano, como a proibição de venda de produtos da Coca-Cola e a obrigatoriedade de comprar uma cota mínima de itens importados, o que encarecia os preços, especialmente com a alta do dólar.

Apesar da reformulação, a ideia é manter uma parte da oferta de produtos e restaurantes italianos, equilibrando tradição e diversidade. As operações gastronômicas deverão ser majoritariamente administradas pelo próprio grupo responsável pelo espaço.

Ainda não há uma data oficial para o lançamento do novo modelo, mas a expectativa é que a transição ocorra em fases e esteja completa até meados de 2025. A escolha do novo nome segue em análise, com possibilidades que vão desde uma nova marca própria até a adoção de um conceito de “naming rights”, similar ao usado em arenas esportivas.

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