Laudo de Insalubridade: Proteja seu Restaurante de Condenações Reais
Muitos donos de restaurante veem o Laudo de Insalubridade apenas como uma obrigação para evitar multas. Mas a verdade é que este documento é uma ferramenta estratégica para proteger sua equipe, blindar seu negócio de processos e criar um ambiente de trabalho mais produtivo.
Entender como ele é feito deixa clara a sua importância.
Como o Laudo é Feito na Prática?
Não se trata de uma simples visita. É uma análise técnica e minuciosa, realizada por um Engenheiro de Segurança ou Médico do Trabalho, que vai até seu restaurante para medir os riscos invisíveis do dia a dia.
O profissional utiliza equipamentos específicos para quantificar a exposição dos seus colaboradores a agentes como:
- Calor: Usando medidores de estresse térmico (termômetros de globo), ele avalia o calor emitido por fornos, fogões e fritadeiras.
- Ruído: Com um decibelímetro, ele mede o nível de barulho de exaustores e outros equipamentos.
- Agentes Químicos: A análise verifica o manuseio de produtos de limpeza e higienização.
Mais que um Papel: Segurança Real para sua Equipe
Um ambiente de trabalho comprovadamente seguro gera um ciclo positivo:
- Previne Doenças Ocupacionais: Você protege sua equipe de problemas sérios.
- Reduz o Turnover: Funcionários que se sentem seguros e valorizados permanecem no emprego.
- Aumenta a Produtividade: Um colaborador que trabalha sem desconforto é mais focado e produtivo.
- Cria um Clima de Confiança: Cuidar da segurança da sua equipe demonstra respeito e fortalece a lealdade.
Um Exemplo Real da Justiça do Trabalho
Em inúmeras decisões do Tribunal Regional do Trabalho (TRT), o cenário se repete: um cozinheiro ou auxiliar de cozinha entra com uma ação pedindo o adicional de insalubridade por exposição ao calor excessivo.
Durante o processo, o juiz nomeia um perito judicial que constata, com um medidor técnico, que a temperatura no ambiente ultrapassava os limites da NR-15.
Como a empresa não possuía um Laudo de Insalubridade próprio para contestar a perícia ou comprovar que fornecia um ambiente seguro, ela é condenada. O resultado é o pagamento do adicional (20% do salário mínimo) retroativo dos últimos 5 anos, com juros, multas e reflexos em férias, 13º e FGTS, gerando um prejuízo financeiro expressivo e inesperado.
Este conteúdo foi produzido por Cis Boscarino, colunista convidada do Mundo Food Service. A autora responde integralmente pela apuração, redação e curadoria das informações aqui apresentadas.
Cis Boscarino tem mais de 30 anos de atuação dedicados à Saúde e Segurança do Trabalho, com sólida experiência na aplicação prática das normas regulamentadoras. É proprietária e líder da NR, onde transforma desafios em soluções eficazes com foco em ambientes de trabalho seguros, saudáveis e humanizados. Seu trabalho é pautado pelo compromisso com a prevenção, capacitação de equipes e liderança técnica com propósito.
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